Conexão - em 31/01/2011 por Arthur Antunes Coimbra

Japão, o único tetracampeão da Ásia

Acompanhei com muita alegria no último sábado a vitória do Japão sobre a Austrália na final da Copa da Ásia, gol marcado por Lee. Com o resultado, os japoneses passaram a somar quatro conquistas continentais superando Irã e Arábia Saudita (ambas com 3). Além da minha relação com o país, fiquei muito contente porque faço parte desta história. E este é o tema da Conexão ZNR desta semana.

Quando assumi o comando da seleção japonesa, em 2002, a seleção era a atual campeã (2000), tinha dois títulos no total (1992 e 2000) e estava empatada com a Coréia do Sul em número de conquistas e atrás de sauditas e iranianos. Nossa preparação para a China trazia a responsabilidade de buscar a hegemonia no continente e, para isso, seria necessário vencer os chineses na casa deles.

Quem acompanha o ZNR desde o início deve se lembrar das colunas que escrevi sobre a Copa da Ásia. Fomos para a China em clima de guerra. Acirraram a rivalidade histórica entre os países e nossa seleção chegou a ser recebida com hostilidade em algumas cidades. Na final, contra os donos da casa, tivemos o hino japonês vaiado de ponta a ponta. Mas conquistamos o tricampeonato.

Um dos jogadores da atual seleção estava naquela conquista: Yasuhito Endo. Ele é o único remanescente daquele título a celebrar o tetra no Qatar, mas tive muitos outros motivos para vibrar junto com os japoneses neste fim de semana. Vários jogadores em campo foram lançados por mim na seleção, como o zagueiro Yasuyuki Konno, o ala Daisuke Matsui, e o meia e capitao Makoto Hasebe. E tenho ainda uma história com Keisuke Honda, eleito melhor jogador desta Copa da Ásia. Eu o indiquei ao CSKA quando passei pela Russia e no ano passado ele acabou sendo contratado.

Quero ressaltar ainda o excelente trabalho que vem desenvolvendo o técnico italiano Alberto Zaccheroni. Curiosamente, Zaccheroni tem um ponto de contato com a minha carreira como jogador na Itália: a Udinese. No único clube em que atuei por lá, ele fez história ao montar na década de 90 uma grande equipe que chegou ao terceiro lugar no campeonato.

Mas meus parabéns valem para todos que fazem parte dessa conquista japonesa. Desde os torcedores, passando pela direção, os jogadores, a comissão técnica e a equipe de apoio. Sei muito bem que um título como esse é a vitória de muita gente que trabalha forte para defender a seleção.

Valeu, Japão!

Até a próxima!