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Conexão - em 01/07/2010 por Arthur Antunes Coimbra

O Japão e seus passos na Copa

Confesso que não estou acompanhando a Copa do Mundo do modo como geralmente vejo as competições internacionais. A razão é simples: tenho me dedicado integralmente ao Flamengo, seja no futebol profissional ou mesmo nas divisões de base – que serão tema da próxima coluna. Mas, na medida do possível, vi melhores momentos, jogos em vídeotape e a seleção brasileira. Resolvi dedicar a Conexão ZNR desta semana ao Japão, seleção com a qual tenho laços muito fortes, como todos sabem.

Há quatro anos eu estava lá, na beira do campo, como o Takeshi Okada. E, apesar de termos feito um trabalho que considero muito bom até chegarmos à Alemanha, efetivamente durante a Copa não conseguimos os resultados. O Japão caiu num grupo que tinha simplesmente o Brasil.

Ao olhar os resultados dos japoneses no Mundial da África, no entanto, fiquei contente. Vi e li as críticas ao jogo contra o Paraguai, que terminou com uma decisão nos pênaltis. Mas a verdade é que o Japão fez uma boa campanha e três bons jogos, principalmente as vitórias sobre a Dinamarca e Camarões.

É notável a evolução do futebol japonês, que hoje já é visto de uma forma diferente no mundo do futebol. Se há 6 anos pensar em contratar um nipônico era apenas uma jogada de marketing para clubes europeus, hoje é encarado como a possibilidade de um reforço de fato. E isso foi conquistado ao longo dos últimos anos.

Havia uma preocupação, que eu mesmo tinha, de que a saída de jogadores como Nakata, Ono e Cia pudessem criar uma lacuna no desenvolvimento da seleção. E, por isso, antes da Copa da Alemanha me preocupei em dar tarimba a vários jogadores jovens que fizeram parte desta seleção, e que não pude levar naquela ocasião. Do time que disputou a Copa agora, cerca de seis formavam aquele grupo e foram lançados por mim. E hoje eles são uma realidade.

Além dessa transição boa que o Okada conduziu, outro aspecto que me deixou feliz na atual seleção foi a preocupação e o aproveitamento em cobranças de falta. Sempre bati muito nesta tecla e o próprio Endo, autor de um desses gols, foi estimulado por mim a treinar mais. Lógico
que ao perder nos pênaltis fica a sensação de que dava para chegar às oitavas. Só que o futebol é assim e alguém teria que errar.

O mais importante é saber que lições foram aprendidas após 2006, que uma geração chegou e tem talento para representar o Japão e agora é absorver o aprendizado e se preparar para chegar ao Mundial do Brasil. Quem sabe não será aqui que o Japão irá ainda mais longe no Mundial!

Até a semana que vem!